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Depoimento de Renata Sobre o AIC

Meu nome é Renata, sou graduada em História pela Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO, Pós Graduada Arte e Educação pelo Instituto Brasileiro de Pós-Graduação – IBPEX CURITIBA, possuo também graduação em Direito pela Universidade Estácio de Sá. Estou acompanhando a movimentação de moradores da cidade de Pinhais e demais entusiastas do automobilismo em torno de uma tentativa difícil de impedir que o AIC seja demolido para a construção de mais um empreendimento imobiliário, dentre tantos que já temos na região e dentre muitos que ainda estão sendo construídos e poderão ser construídos em outros lugares, sem assim destruir o ÚNICO autódromo que possuímos nesta região e o segundo melhor da américa latina. 

Diante do que relatei acima, das informações que obtive em conversas e pesquisas com pessoas que conhecem a história desse autódromo venho aqui fazer um relato pessoal sobre o que já vi em inúmeros eventos que frequentei naquele lugar, claro que além do gosto pelo esporte também sempre observei outros fatores, como exemplo a importância cultural que esses eventos tem para a região. 

Muito lindo de se ver carros antigos expostos no autódromo, cada um com sua identidade e características que nos remetem a uma viagem no tempo, pessoas que se encontram em eventos automobilísticos para confraternizar, grupos de amigos se formam, além de um lazer para famílias. A paixão dos brasileiros por carros é implícita e começa desde cedo, sempre vi crianças como olhinhos brilhando ao ver os carros expostos no autódromo e correndo na pista. Na pista, onde é o lugar correto e seguro para que esse esporte seja praticado, confesso que esta é uma grande preocupação que tenho em relação ao fechamento do AIC, já que lá ocorrem eventos que tem como finalidade diminuir os chamados “rachas” nas ruas impedindo que acidentes graves aconteçam mostrando mais um papel social que o AIC possui. 

Outra questão que considero de grande relevância é a origem deste autódromo, seu projeto feito por um grande arquiteto paranaense, Lolô Cornelsen, que infelizmente nos deixou recentemente, porém seu legado ficou e com grande relevância no esporte nacional e internacional, exemplo o Estádio Couto Pereira que teve sua participação, o autódromo do Estoril em Portugal que foi cenário do primeiro troféu de fórmula 1 de Ayrton Senna na década de 80, além de Portugal, Lolô atuou também em projetos de autódromos na África. 

Diante dessas informações penso, um arquiteto dessa importância, com essa relevância em obras voltadas para o esporte em outros países, terá justamente em sua terra natal uma de suas obras destruída? Ninguém vai fazer nada quanto a isso? Não podemos fazer nada enquanto sociedade para impedir essa barbárie? Mais uma vez veremos a ganância destruir a História material, ficaremos com as lembranças de eventos memoráveis e de grande impacto social que ocorreram no AIC? Destruir algo único na região para construir mais do mesmo? 

Eu poderia escrever muito sobre tudo o que vivenciei e penso sobre a importância do AIC, mas apenas nestas linhas acredito que consegui deixar meu ponto de vista, esse que reflete o ponto de vista das milhares de pessoas que frequentaram o AIC em mais de 5 décadas de existência e daquelas que hoje dependem dele para seu sustento.  

Agradeço a atenção.

RENATA

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